Pensamento

Sumando fuerzas para iluminar más...

jueves, 23 de junio de 2011

Promoção e defesa dos Direitos Humanos no mundo

A Ir. Erta Lemos, representando a AISSMi, nos dias 15 e 16 de junho de 2011, participou, como observadora, de uma reunião chamada: “Colóquio sobre as funções das Cortes Regionais de Direitos Humanos na interpretação e aplicação das normas jurídicas de proteção às pessoas desplazadas pela força”, organizada conjuntamente pelo Conselho da Europa e o ACNUR. O encontro foi em Strasbourg, França, no edifício do Conselho da Europa. Na realidade foi um encontro dos sistemas vigentes de proteção dos Direitos Humanos para troca de experiências expondo suas práticas com características próprias de cada continente: Europeu, Americano e Africano. Membros das Comissões para os Direitos Humanos, Membros das Cortes Regionais (continentais) de Direitos Humanos, Representantes do ACNUR, Membros do Conselho da Europa e muitas outras pessoas representando ONGs que trabalham na defesa e promoção dos Direitos Humanos, bem como universitários. Os sistemas funcionam, cada qual no seu ritmo. Porém uma coisa ficou clara: ainda é muito difícil ter acesso à Corte. Esta foi a primeira vez que os três sistemas de proteção e defesa dos Direitos Humanos se reuniram. Foi tão bom que já marcaram outro encontro, do mesmo nível, na América Latina em 2012.






lunes, 20 de junio de 2011

“Tome conta dele/dela”



Mensagem do IMDH para o dia Mundial do Refugiado 2011 – 20 de junho


Ir. Rosita Milesi, mscs
William César de Andrade

“Aos refugiados que provêm de diversos países africanos e se vêem forçados a deixar seus entes mais queridos, que chegue a solidariedade de todos... Que os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir o coração ao acolhimento, para que se torne possível, de maneira solidária, acudir às necessidades de tantos irmãos.”
(Papa Bento          XVI, mensagem de Páscoa, 2011)


No Dia Mundial do Refugiado (20/06) fazemos memória do caminho percorrido, pois, já são 60 anos desde a Convenção de Genebra que pactuou entre os países signatários da ONU o marco jurídico internacional sobre essa temática e estabeleceu o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados como executor desse mandato. Constatamos que a atual globalização carrega inúmeras contradições e possibilidades para a vida do planeta e da própria humanidade. Mas, no que tange ao refúgio, é com tristeza que vemos crescer no cenário internacional situações de violação aos direitos humanos e a necessidade, a cada dia mais urgente, de proteção à vida.                              
O Papa Bento XVI falando para a cidade e para o mundo (urbi et orbe), mencionado no início dessa mensagem, se coloca de frente para a situação de milhares de homens e mulheres forçados a deixar a Líbia. Na situação de guerra civil e de bombardeio por parte de forças internacionais, restam poucas alternativas àquela população, fugir pelo mar (rumo à Ilha de Lampedusa) ou atravessar as fronteiras terrestres (Tunísia, Argélia, Níger, Chade, Egito).
No cenário internacional essa não é a única guerra ou circunstância que vem provocando deslocamentos forçados, diversos deles com certeza cobertos pelo estatuto do refúgio. É o que ocorre com iraquianos, paquistaneses, colombianos, marfinenses, sudaneses, congoleses ... A migração forçada é feita em meio a sofrimentos, incertezas e em alguns casos até mesmo com a morte antes que um lugar de refúgio seja encontrado.

                               Diante desta situação mundial o desafio é sem dúvida “abrir o coração ao acolhimento”, superar preconceitos e entraves, até mesmo legais, e fraternalmente “acudir às necessidades de tantos irmãos”. Mas o que significa concretamente fazer isso na realidade brasileira e a partir dos solicitantes de refúgio e àqueles que já usufruem dessa condição?

                               Manutenção de uma política internacional centrada nos direitos humanos e na autodeterminação dos povos: Essa tem sido, prioritariamente, a postura brasileira na ONU e em outros foros internacionais nos quais o país tem assento. É preciso reforçar junto ao Itamaraty a continuidade e a intensificação de apelos por uma solução que pacifique e devolva aos países envolvidos em conflitos o caminho da paz. Neste âmbito estão entre outras questões: a) o apoio a iniciativas que assegurem a proteção e o cuidado aos deslocados, considerando-se aqui os que se enquadram tanto na situação de refugiados, quanto na de migrantes econômicos; b) oferecer ajuda humanitária e/ou participar de soluções que venham a contribuir para melhores condições de vida dessa população seja no trânsito ou no país de destino; c) participar de articulações que visem um fim imediato do conflito armado e o estabelecimento de negociações que devolvam a esses países a ordem institucional; d) contribuir por meio de acordos bilaterais e/ou multilaterais no processo de reconstrução destes países, com especial atenção às questões de respeito e proteção dos direitos fundamentais.

                               Acolhimento a solicitante de ajuda humanitária e de refúgio que vêm pedir apoio e assistência no Brasil: mesmo que nosso país até o momento não tenha  um fluxo significativo destes migrantes forçados, é preciso estarmos atentos (sociedade civil, organismos internacionais e Estado) e em condições de dar respostas às solicitações que aqui chegarem. É preciso salientar que inúmeros refugiados, nas regiões mais afetadas por conflitos, estão em situação precária e necessitam urgentemente de soluções mais duradouras. Uma destas situações a ser amadurecida por todos nós é sem dúvida o caminho do reassentamento daqueles que o necessitem. Enquanto País, o Brasil já abrigam refugiados reassentados que vieram da Colômbia, do Irã e palestinos, e essa atitude, ainda que tenha limitações,  tem contribuído significativamente para a proteção, inclusão e acesso a direitos dessa população. A generosidade e a hospitalidade são traços típicos da cultura brasileira e quando colocadas a serviço da causa do refúgio ampliam nossos horizontes e servem de incentivo a que outros países também o façam.

                               Conhecer, acolher, conviver e compartilhar: no Brasil existem, hoje, 4.401 refugiados, mas vem crescendo ao longo do tempo o número de solicitantes a essa condição.  Eles e elas são procedentes de 76 países, alguns inclusive da própria América Latina. Chegam com medo e muito pouca bagagem, trazendo suas histórias de perseguição, guerra, perdas de familiares, rupturas... e também esperanças e sonhos. A Rede Solidária para Migrantes e Refugiados conhece de perto essa realidade e luta para melhorar e ampliar as formas de atendimento e apoio aos refugiados e migrantes. Essa presença não se resume a contribuir na implementação das políticas vigentes, ela vai além, pois toca na dimensão do conviver e compartilhar. Acolher, sem preconceitos ou questionamentos sobre as razões do refúgio, é o primeiro passo num longo caminho de diálogo e descoberta mútua.

                               Como a figura emblemática do samaritano (cf. Lc 10,25-37), que acolheu a uma pessoa vítima de violência e cuja vida estava ‘por um fio’, Jesus demonstrou que o amor ao próximo é um exercício de liberdade e profundo respeito ao ser humano. É decisão pessoal (escolha por romper a indiferença), é presença eficaz (retira da estrada, abriga e cuida dos ferimentos) e proteção (assegura a continuidade dos cuidados). Enfim, para as pessoas e as organizações que atuam junto aos refugiados, incluindo aqui os agentes do próprio Estado, fica o desafio, o apelo veemente do samaritano, na mensagem bíblica: “Tome conta dele/dela”.
                              

__________Rede Solidária para Migrantes e Refugiados __________
Quadra 7 – Conjunto C – Lote 1 – CEP 71540-400 – Vila Varjão/Lago Norte – Brasília – DF - Brasil

ABRIR CANAIS HUMANITÁRIOS PARA SOCORRER NO MAR OS REFUGIADOS

Cidade do Vaticano, 18 jun (RV) - "O acolhimento é um dever da Europa em relação a estes homens e estas mulheres e, portanto, pedimos aos governos europeus que façam todo o possível para socorrer as embarcações que se encontram no mar."
O apelo foi feito nesta quinta-feira pelo Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, por ocasião da vigília de oração pelas vítimas das viagens rumo à Europa, que teve como tema "Morrer de esperança", celebrada em Roma, na Basílica de Santa Maria em Trastevere.
A vigília foi organizada pela Comunidade romana de Santo Egidio, Fundação Migrantes, Centro Astalli, Federação Igrejas Evangélicas na Itália, Caritas italiana e Acli (Associação de trabalhadores italianos cristãos).
"Pedimos a todos que vivam a dimensão do acolhimento, sabendo que no acolher jamais se perde alguma coisa, mas se aproveita uma ocasião preciosa para reencontrar também a nossa humanidade", ressaltou o Arcebispo
"Nos pequenos centros e localidades onde se encontram os refugiados, muitos italianos demonstraram com gestos, oferecendo roupas e indo ao encontro deles – como fizeram os cidadãos de Lampedusa. Há mais alegria no acolhimento do que no fechamento em si mesmos", acrescentou Dom Vegliò.
Nos primeiros cinco meses deste ano, 1820 pessoas morreram no mar Mediterrâneo, das quais 1633 em viagem via maris rumo à Itália. "Esses últimos meses foram trágicos. Das embarcações que partiram da Líbia, algumas estavam em condições tais que assim que saíram das águas territoriais líbias começaram encher-se de água", observou o Presidente do Pontifício Conselho, do Vaticano.
"Recordar essas pessoas torna-se um compromisso para despertar as consciências e ajudar a agir em favor do bem de todos", concluiu o Arcebispo.
As organizações promotoras fizeram apelo à comunidade internacional e às instituições a fim de que "se faça urgentemente a abertura de canais humanitários e se assegure a transferência das pessoas a lugares seguros. Somente um esforço conjunto, nesse sentido, pode impedir que as pessoas em fuga arrisquem a própria vida no mar". (RL)


Obs.: Texto com pequenas adaptações e divulgação do IMDH/Brasília.