Pensamento

Sumando fuerzas para iluminar más...

viernes, 30 de diciembre de 2011

DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E REFUGIADO - 15/01/2012

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE BENTO XVI
 PARA O DIA MUNDIAL
DO MIGRANTE E DO REFUGIADO (2012)
"Migrações e nova evangelização"

Queridos Irmãos e Irmãs!

Anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, «constitui a missão essencial da Igreja, tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes» (Exort. apost. Evangelii nuntiandi, 14). Aliás, hoje, sentimos a urgência de promover, com novo vigor e novas modalidades, a obra de evangelização num mundo onde a queda das fronteiras e os novos processos de globalização deixaram as pessoas e os povos ainda mais próximos, tanto pela expansão dos meios de comunicação, como pela frequência e a facilidade com que indivíduos e grupos se podem deslocar. Nesta nova situação, devemos despertar em cada um de nós o entusiasmo e a coragem que impeliram as primeiras comunidades cristãs a ser intrépidas anunciadoras da novidade evangélica, fazendo ressoar no nosso coração as palavras de São Paulo: «Se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9,16).

O tema, que escolhi para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado em 2012, «Migrações e nova evangelização» – nasce desta realidade. De facto, a hora presente chama a Igreja a realizar uma nova evangelização inclusive no vasto e complexo fenómeno da mobilidade humana, intensificando a acção missionária tanto nas regiões de primeiro anúncio, como nos países de tradição cristã.

O Beato João Paulo II convidava-nos a «alimentar-nos da Palavra para sermos “servos da Palavra” no trabalho da evangelização... [numa] situação que se vai tornando cada vez mais variada e difícil com a progressiva mistura de povos e culturas que caracteriza o novo contexto da globalização» (Carta apost. Novo millennio ineunte, 40). Com efeito, as migrações dentro ou para fora da nação, como solução para a busca de melhores condições de vida ou para fugir de eventuais perseguições, guerras, violência, fome e catástrofes naturais, produziram uma mistura de pessoas e de povos sem precedentes, com novas problemáticas do ponto de vista não só humano, mas também ético, religioso e espiritual. As actuais e palpáveis consequências da secularização, a aparição de novos movimentos sectários, uma difundida insensibilidade à fé cristã, uma acentuada tendência à fragmentação, tornam difícil focalizar uma referência unificadora que encoraje a formação de «uma só família de irmãos e irmãs em sociedades que se tornam cada vez mais multiétnicas e interculturais, onde também as pessoas de várias religiões são estimuladas ao diálogo, para que se possa encontrar uma serena e frutuosa convivência no respeito das legítimas diferenças», como eu escrevia na Mensagem do ano passado para este Dia Mundial. O nosso tempo está marcado por tentativas de cancelar Deus e a doutrina da Igreja do horizonte da vida, enquanto ganham terreno a dúvida, o cepticismo e a indiferença, que gostariam de eliminar todo e qualquer referimento social e simbólico da fé cristã.

Em tal contexto, sucede frequentemente que os migrantes que conheceram Cristo e O aceitaram se sintam impelidos a considerá-Lo como não relevante na própria vida, a perder o sentido da fé, a deixar de se reconhecerem como parte da Igreja, acabando muitas vezes por viverem uma existência que já não é caracterizada por Cristo e pelo seu Evangelho. Cresceram no seio de povos marcados pela fé cristã, mas depois com frequência emigram para países onde os cristãos são uma minoria ou a antiga tradição de fé já não é convicção pessoal, nem confissão comunitária, mas está reduzida a um facto cultural. Aqui a Igreja enfrenta o desafio de ajudar os migrantes a manterem firme a fé, mesmo quando falta o apoio cultural que existia no país de origem, lançando mão inclusive de novas estratégias pastorais, assim como de métodos e linguagens para um acolhimento vivo da Palavra de Deus. Em alguns casos, trata-se duma ocasião para proclamar que, em Jesus Cristo, a humanidade se torna participante do mistério de Deus e da sua vida de amor, abrindo-se a um horizonte de esperança e de paz através, nomeadamente, do diálogo respeitoso e do testemunho concreto da solidariedade, enquanto, noutros casos, há a possibilidade de despertar a consciência cristã adormecida, através dum renovado anúncio da Boa Nova e duma vida cristã mais coerente para fazer descobrir a beleza do encontro com Cristo, que chama o cristão à santidade em todo o lado, mesmo em terra estrangeira.

Mas o actual fenómeno migratório é também uma oportunidade providencial para o anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo. Homens e mulheres provenientes das mais diversas regiões da terra, que ainda não encontraram Jesus Cristo ou que O conhecem só de maneira parcial, pedem para ser acolhidos em países de antiga tradição cristã. Em relação a eles, é necessário encontrar modalidades adequadas para que possam encontrar e conhecer Jesus Cristo e experimentar o dom inestimável da salvação, que para todos é fonte de «vida em abundância» (cf. Jo 10,10); os próprios migrantes desempenham um papel precioso a este respeito, porque podem, por sua vez, tornar-se «anunciadores da Palavra de Deus e testemunhas do Senhor Ressuscitado, esperança do mundo» (Exort. apost. Verbum Domini, 105).

No exigente itinerário da nova evangelização em âmbito migratório, assumem um papel decisivo os agentes pastorais – sacerdotes, religiosos e leigos – que se encontram a trabalhar num contexto cada vez mais pluralista: em comunhão com os seus Ordinários, inspirando-se no Magistério da Igreja, convido-os a procurar caminhos de partilha fraterna e anúncio respeitoso, superando contrastes e nacionalismos. Por sua vez, as Igrejas tanto de proveniência, como de trânsito e de acolhimento dos fluxos migratórios saibam intensificar a sua cooperação em benefício tanto dos que partem como daqueles que chegam e, em todo o caso, de quantos têm necessidade de encontrar no seu caminho o rosto misericordioso de Cristo no acolhimento do próximo. Para uma frutuosa pastoral de comunhão, poderá ser útil actualizar as tradicionais estruturas que atendem os migrantes e os refugiados, dotando-as de modelos que correspondam melhor às novas situações em que aparecem diferentes culturas e povos a interagir.

Os refugiados que pedem asilo, fugindo de perseguições, violências e situações que põem em perigo a sua vida, têm necessidade da nossa compreensão e acolhimento, do respeito pela sua dignidade humana e seus direitos, assim como da consciência dos seus deveres. O seu sofrimento reclama dos diversos Estados e da comunidade internacional que haja atitudes de mútuo acolhimento, superando temores e evitando formas de discriminação e que se procure tornar concreta a solidariedade também mediante adequadas estruturas de hospitalidade e programas de reinserção. Tudo isto exige uma ajuda recíproca entre as regiões que sofrem e aquelas que, anos após anos, acolhem um grande número de pessoas em fuga e também uma maior partilha de responsabilidades entre os Estados.

A imprensa e os outros meios de comunicação desempenham um papel importante para fazer conhecer, com imparcialidade, objectividade e honestidade, a situação de quantos foram forçados a deixar a sua pátria e os seus afectos e desejam começar a construir uma nova existência.

As comunidades cristãs reservem particular atenção aos trabalhadores migrantes e suas famílias, acompanhando-os com a oração, a solidariedade e a caridade cristã; valorizando aquilo que enriquece reciprocamente e promovendo novos projectos políticos, económicos e sociais, que favoreçam o respeito pela dignidade de cada pessoa, a tutela da família, o acesso a uma habitação condigna, ao trabalho e à assistência.

Sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos, e sobretudo os jovens e as jovens, mostrem-se sensíveis e ajudem incontáveis irmãs e irmãos que, tendo fugido da violência, se devem confrontar com novos estilos de vida e com dificuldades de integração. O anúncio da salvação em Jesus Cristo será fonte de alívio, esperança e «alegria completa» (cf. Jo 15,11).

Por fim, desejo recordar a situação de numerosos estudantes vindos de outros países que enfrentam problemas de inserção, dificuldades burocráticas, aflições na busca de alojamento e de estruturas de acolhimento. De modo particular, as comunidades cristãs mostrem-se sensíveis com tantos jovens que, além do crescimento cultural, têm necessidade – precisamente devido à sua tenra idade – de pontos de referência, cultivando no seu coração uma profunda sede de verdade e o desejo de encontrar Deus. De modo especial, as Universidades de inspiração cristã sejam lugares de testemunho e de irradiação da nova evangelização, aparecendo seriamente comprometidas, no ambiente académico, não só em cooperar para o progresso social, cultural e humano, mas também em promover o diálogo entre as culturas, valorizando a contribuição que podem dar os estudantes estrangeiros. Estes sentir-se-ão impelidos a tornar-se, eles mesmos, protagonistas da nova evangelização, se encontrarem testemunhas autênticas do Evangelho e modelos de vida cristã.

Queridos amigos, invoquemos a intercessão de «Nossa Senhora do Caminho», para que o anúncio jubiloso da salvação de Jesus Cristo infunda esperança no coração daqueles que se encontram, em condições de mobilidade, pelas estradas do mundo. A todos asseguro a minha oração e concedo a Bênção Apostólica.

Vaticano, 21 de Setembro de 2011.
                                                            
BENEDICTUS PP. XVI


© Copyright 2011 - Libreria Editrice Vaticana

jueves, 29 de diciembre de 2011

JOYEUX NOEL ET BONNE ANNÉE 2012


Chère ami/e

 
Nous vous souhaitons de tout cœur
 l'esprit de Noël qui est LA PAIX,
 la joie de Noël qui est L'ESPERANCE
 
le cœur de Noël qui est L'AMOUR !
Et que tout cela se fasse VIE à l'intérieur de votre vie,
 
Aujourd'hui, demain et toujours.
Noël est toujours là où naissent ou renaissent
 LA PAIX,
 L'ESPERANCE,
 
L'AMOUR !
 Joyeux Noël et une année 2012 bénie du Seigneur !

Bruxelles - 2011
Sœurs Missionnaires Scalabriniennes

miércoles, 14 de diciembre de 2011

PADRE JOSÉ MARCHETTI

Hoje, dia 14/12/11 celebramos a vida doada com sentido de um jovem sacerdote: Pe. José Marchetti.
Viveu e assumiu generosamente o compromisso em favor dos Migrantes mais pobres e abandonados. Muito compassivo com os sofredores, demonstrando sempre muita ternura, bondade, acolhida, comprometimento e esperança para com todos.
Construiu obras em favor das crianças, vítimas da orfandade e do abandono, consequências da Migração. Soube colocar a serviço dos que mais necessitavam os dons recebidos e declara sua vontade de ser consumido plenamente, por amor, no serviço do próximo.
Dele emanava uma luz radiante, manifestação da Providência Divina em tudo que fazia.
Junto com toda a família Scalabriniana: Deo Gratias!

Isaias Pablo Klin Carlotto
Coordenador Geral - LMS
2009/2012

lunes, 14 de noviembre de 2011

MESSAGE DU PAPE BENOÎT XVI

POUR LA JOURNÉE MONDIALE
DES MIGRANTS ET DES RÉFUGIÉS (2012)

"Migrations et nouvelle évangélisation"
Chers frères et sœurs !
Annoncer Jésus Christ unique Sauveur du monde «constitue la mission essentielle de l’Eglise, tâche et mission que les mutations vastes et profondes de la société actuelle ne rendent que plus urgentes » (Exhort. apost. Evangelii nuntiandi, n.14). Aujourd’hui, nous ressentons même l’urgence de promouvoir, avec une force nouvelle et des modalités renouvelées, l’œuvre d’évangélisation dans un monde où l’élimination des frontières et les nouveaux processus de mondialisation rendent les personnes et les peuples encore plus proches, soit grâce au développement des moyens de communication, soit grâce à la fréquence et à la facilité avec lesquelles les déplacements de personnes et de groupes sont rendus possibles. Dans cette nouvelle situation, nous devons réveiller en chacun de nous l’enthousiasme et le courage qui poussèrent les premières communautés chrétiennes à être des annonciatrices intrépides de la nouveauté évangélique, en faisant retentir dans notre cœur les paroles de saint Paul: «Annoncer l’Evangile en effet n’est pas pour moi un titre de gloire; c’est une nécessité qui m’incombe. Oui, malheur à moi si je n’annonçais pas l’Evangile !» (1 Co 9, 16).
Le thème que j’ai choisi cette année pour la Journée mondiale du Migrant et du Réfugié - « Migrations et nouvelle évangélisation » - découle de cette réalité. En effet, le moment présent appelle l’Eglise à accomplir une nouvelle évangélisation également dans le phénomène vaste et complexe de la mobilité humaine, en intensifiant l’action missionnaire tant dans les régions de première annonce que dans les pays de tradition chrétienne.
Le bienheureux Jean-Paul II nous invitait à « nous nourrir de la Parole, pour que nous soyons des “serviteurs de la Parole” dans notre mission d’évangélisation... [dans] une situation qui se fait toujours plus diversifiée et plus prenante, dans le contexte de la mondialisation et de la mosaïque nouvelle et changeante de peuples et de cultures qui la caractérise » (Lett. apost. Novo millennio ineunte, n. 40). En effet, les migrations internes ou internationales, comme issue pour rechercher de meilleures conditions de vie ou pour fuir la menace de persécutions, de guerres, de la violence, de la faim et de catastrophes naturelles, ont produit un brassage de personnes et de peuples sans précédent, avec des problématiques nouvelles non seulement d’un point de vue humain, mais également éthique, religieux et spirituel. Les conséquences actuelles et évidentes de la sécularisation, l’apparition de nouveaux mouvements sectaires, l’insensibilité diffuse à l’égard de la foi chrétienne, la nette tendance à la fragmentation, rendent difficile de se concentrer sur une référence unifiante qui encourage la formation d’ « une seule famille de frères et sœurs dans des sociétés qui deviennent toujours plus multiethniques et interculturelles, où les personnes de diverses religions aussi sont encouragées au dialogue, afin que l’on puisse parvenir à une coexistence sereine et fructueuse dans le respect des différences légitimes », comme je l’écrivais dans le Message de l’an dernier pour cette Journée mondiale. Notre époque est marquée par des tentatives d’éliminer Dieu et l’enseignement de l’Eglise de l’horizon de la vie, tandis que progressent le doute, le scepticisme et l’indifférence, qui voudraient éliminer jusqu’à toute visibilité sociale et symbolique de la foi chrétienne.
Dans ce contexte, les migrants qui ont connu le Christ et l’ont accueilli sont souvent poussés à ne plus le considérer comme étant important dans leur vie, à perdre le sens de la foi, à ne plus se reconnaître comme faisant partie de l’Eglise et conduisent souvent une existence qui n’est plus marquée par le Christ et son Evangile. Ayant grandi au sein de peuples marqués par la foi chrétienne, ils émigrent souvent dans des pays où les chrétiens constituent une minorité ou dans lesquels l’antique tradition de foi n’est plus une conviction personnelle, ni une confession communautaire, mais est réduite à un fait culturel. Là, l’Eglise est placée face au défi d’aider les migrants à maintenir solide la foi, même lorsque manque l’appui culturel qui existait dans le pays d’origine, en identifiant également de nouvelles stratégies pastorales, ainsi que des méthodes et des langages pour un accueil toujours vital de la Parole de Dieu. Dans certains cas, il s’agit d’une occasion pour proclamer qu’en Jésus Christ, l’humanité participe du mystère de Dieu et de sa vie d’amour, est ouverte à un horizon d’espérance et de paix, notamment à travers le dialogue respectueux et le témoignage concret de la solidarité, tandis que dans d’autres cas, il existe la possibilité de réveiller la conscience chrétienne assoupie, à travers une annonce renouvelée de la Bonne Nouvelle et une vie chrétienne plus cohérente, de façon à faire redécouvrir la beauté de la rencontre avec le Christ, qui appelle le chrétien à la sainteté, où qu’il soit, même en terre étrangère.
Le phénomène migratoire actuel est également une occasion providentielle pour l’annonce de l’Evangile dans le monde contemporain. Des hommes et des femmes provenant de diverses régions de la terre, qui n’ont pas encore rencontré Jésus Christ ou ne le connaissent que de façon partielle, demandent à être accueillis dans des pays d’antique tradition chrétienne. Il est nécessaire de trouver à leur égard des modalités adéquates afin qu’ils puissent rencontrer et connaître Jésus Christ et faire l’expérience du don inestimable du salut, qui est pour tous source de « vie en abondance » (cf. Jn 10, 10); les migrants eux-mêmes peuvent jouer un rôle précieux à cet égard car ils peuvent devenir à leur tour « messagers de la Parole de Dieu et des témoins de Jésus Ressuscité, espérance du monde » (Exhort. apost. Verbum Domini, n.105).
Sur l’itinéraire exigeant de la nouvelle évangélisation, dans le domaine migratoire, les agents de la pastorale - prêtres, religieux et laïcs - assument un rôle décisif et doivent œuvrer toujours plus dans un contexte pluraliste: en communion avec leurs Ordinaires, en puisant au Magistère de l’Eglise, je les invite à rechercher des chemins de partage fraternel et d’annonce respectueuse, en surmontant les oppositions et les nationalismes. Pour leur part, les Eglises d’origine, celles de transit et celles d’accueil des flux migratoires doivent savoir intensifier leur coopération, au bénéfice de ceux qui partent et de ceux qui arrivent, et, dans tous les cas, de ceux qui ont besoin de rencontrer sur leur chemin le visage miséricordieux du Christ dans l’accueil du prochain. Pour réaliser une pastorale fructueuse de communion, il pourra être utile de mettre à jour les structures traditionnelles d’attention aux migrants et aux réfugiés, en les accompagnant de modèles qui répondent mieux aux nouvelles situations dans lesquelles les cultures et les peuples divers interagissent.
Les réfugiés qui demandent asile, ayant fui les persécutions, les violences et les situations qui mettent leur vie en danger, ont besoin de notre compréhension et de notre accueil, du respect de leur dignité humaine et de leurs droits, tout comme de la prise de conscience de leurs devoirs. Leur souffrance exige de la part des Etats et de la communauté internationale des attitudes d’accueil réciproque, en surmontant les craintes et en évitant les formes de discrimination, et que l’on rende concrète la solidarité notamment à travers des structures d’accueil adéquates et des programmes de réinsertion. Tout cela comporte une aide réciproque entre les régions qui souffrent et celles qui accueillent déjà depuis des années un grand nombre de personnes en fuite, ainsi qu’un plus grand partage des responsabilités entre les Etats.
La presse et les autres moyens de communication ont un rôle important pour faire connaître de façon correcte, objective et honnête, la situation de ceux qui ont été contraints de quitter leur patrie et leurs êtres chers et qui veulent commencer à se construire une nouvelle existence.
Les communautés chrétiennes doivent accorder une attention particulière aux travailleurs migrants et à leurs familles, à travers l’accompagnement de la prière, de la solidarité et de la charité chrétienne; la valorisation de ce qui enrichit réciproquement, ainsi que la promotion de nouveaux programmes d’action politiques, économiques et sociaux, qui favorisent le respect de la dignité de chaque personne humaine, la protection de la famille, l’accès à un logement digne, à un travail et à une assistance.
Les prêtres, les religieux et les religieuses, les laïcs et surtout les jeunes hommes et femmes doivent faire preuve de sensibilité en offrant leur soutien à un grand nombre de frères et de sœurs qui, ayant fui la violence, doivent se confronter à de nouveaux styles de vie et à des difficultés d’intégration. L’annonce du salut en Jésus Christ sera une source de soulagement, d’espérance et de « joie pleine » (cf. Jn 15, 11).
Je désire enfin rappeler la situation de nombreux étudiants internationaux qui font face à des problèmes d’insertion, à des difficultés bureaucratiques, et à des obstacles dans la recherche de logement et de structures d’accueil. De façon particulière, les communautés chrétiennes doivent être sensibles à l’égard des nombreux jeunes garçons et filles qui, précisément en raison de leur jeune âge, outre la croissance culturelle, ont besoin de points de référence et cultivent dans leur cœur une profonde soif de vérité et le désir de rencontrer Dieu. De façon particulière, les universités d’inspiration chrétienne doivent être des lieux de témoignage et de diffusion de la nouvelle évangélisation, sérieusement engagés à contribuer, dans le milieu académique, au progrès social, culturel et humain, ainsi qu’à promouvoir le dialogue entre les cultures, en valorisant la contribution que peuvent apporter les étudiants internationaux. Ceux-ci seront poussés à devenir eux aussi des acteurs de la nouvelle évangélisation s’ils rencontrent d’authentiques témoins de l’Evangile et des exemples de vie chrétienne.
Chers amis, invoquons l’intercession de Marie, « Vierge du chemin », afin que l’annonce joyeuse du salut de Jésus Christ apporte l’espérance dans le cœur de ceux qui, le long des routes du monde, se trouvent dans des situations de mobilité. À tous j’assure ma prière et je donne la Bénédiction apostolique.
Du Vatican, le 21 septembre 2011
BENEDICTUS PP. XVI
© Copyright 2011 - Libreria Editrice Vaticana

miércoles, 26 de octubre de 2011

NOTAS BIOGRÁFICAS DE MARISOL, UMA LEIGA SCALABRINIANA

Maria Isabel Macias Castro é o novo nome que o Movimento Leigo Scalabriniano compromete-se de honrar, lembrar e apontar como exemplo de vida, votada em coerência com a fé e a escolha do carisma missionário. Ela gostava de ser chamada Marisol. Nome solar, límpido, sincero, que expressa bem o seu caráter.

Sua vida começava, em 15 de julho de 1972, em Nuevo Laredo, México, e imediatamente distinta por um caminho de sofrimento.

Passou sua infância em situação de pobreza extrema e chegou à maturidade passando por dificuldades diárias que marcaram um percurso de luta pela sobrevivência.

Cresceu lutando para conquistar um futuro com dignidade, não se impressionando com nada e continuando com força para atingir seus objetivos.

Das poucas e tímidas palavras que usava para expressar o caminho de sua vida, emergem muita dor e raras satisfações. As únicas alegrias eram seus filhos. Dizia isso num arroubo de orgulho de mãe que iluminava seu rosto, assinalado por um olhar eternamente triste e sofrido. Anunciava a existência de sua "beba", a filha de 12 anos, e de seu "baby", que estuda nos Estados Unidos.

Ao lembrar Marisol não há como não perguntar-se de onde lhe vinha a força e a paixão pela vida.

Em seu lugar, muitas pessoas teriam se abatido pela quantidade de adversidades. Ela não!
Marisol encontrou coragem para superar provas como a amputação de uma perna, depois de um acidente: fato grave e debilitante para todos, especialmente para uma mulher que teve que manter e acudir sozinha seus filhos, uma vez que, após o acidente, o pai das crianças pensa por bem abandoná-la.

Ela reage com serenidade e força. Vai trabalhar no Jornal da cidade, "Ultima Hora", e em pouco tempo como editora especializada em gráfica, publicidade, redes sociais, torna-se parte decisiva da equipe editorial.

Com o passar do tempo, recupera-se e não está despreparada nem sequer para encarar mais um infortúnio que a aguarda num dos tantos percalços da caminhada incerta do ser humano. Sua irmã, em honra da qual se chama Marisol, adoece com leucemia e ela tem a medula espinal compatível para a doação.

Logo aceita e se submete à extenuante preparação para a cirurgia. Passam-se meses de espera ansiosa, antes e depois da operação. Ela continua, embora com ainda mais fadiga, sofrimento e medo a sustentar a família. Mas para Marisol ilusões e esperanças acabam assim que surgem. Nada valeram seus sacrifícios. A irmã não resiste e morre.

Outra mudança de vida a espera. Uma que será profunda e que tem seu ponto de partida com a aproximação cética à Casa dos Migrantes "Nazaré". Não está convencida e desconfia de todos aqueles migrantes que vêm criar problemas em sua cidade. Enfim, a reviravolta acontece, quando começa a fazer perguntas; a questionar a si mesma e àquelas motivações cheias de clichês que seus concidadãos repetem sem pensar. Amadurece dentro dela uma convicção que não a deixará jamais e a levará a estudar e aprofundar o problema migratório.
Quanto mais se aproxima, no percurso da reflexão, mais aumenta sua proximidade com os migrantes. Toma consciência, profundamente, e se "converte" para a causa de milhares de homens, mulheres, crianças, que vivem uma condição dramática. O passo final e decisivo é feito lendo a vida e os escritos do Bem-Aventurado João Batista Scalabrini. Lê com avidez cada livro ou artigo que lhe é enviado.

Dizia que: "Como neocristã Scalabriniana" devia amar e imitar o Bem-Aventurado Scalabrini para poder se sentir realizada. Um exemplo, que tinha colocado em seu perfil no Skype. Era possível vê-la numa foto, enquanto no altar dava testemunho de seu compromisso como Leiga Scalabriniana (1º de junho de 2009). O Lema que escolhera para seu novo projeto de vida era aquele do Bem-Aventurado, que tanto admirava: "devemos fazer o bem, todo o bem possível, e fazê-lo da melhor forma possível..." Marisol respeitou esse compromisso, dando sua vida!
Uma mulher, mãe de família, que apesar de trabalhar continuamente de segunda a sábado, para levar adiante seu trabalho editorial, no sábado à tarde e no domingo, sempre esteve presente na Casa dos Migrantes, para entrevistá-los. Para cada um, depois das palavras de conforto, recomendava com simplicidade e carinho: "Comporte-se bem aqui, porque esta é uma casa de Deus". Profundas palavras que nasciam de sua experiência pessoal de encontro com Cristo migrante. O Bem-Aventurado João Batista Scalabrini, a Província Scalabriniana de São João Batista, o Evangelho, naquele 21 de setembro, dia em que Marisol desapareceu, falava de João Batista, mártir decapitado, como Marisol, por ter anunciado a Verdade e a Justiça.

Naquela quarta-feira, ao sair do trabalho, Marisol é sequestrada. Ninguém teve mais notícias dela, seu celular tocava, mas ninguém atendia. Horas de terror e temor começaram a marcar os corações de seus familiares e amigos. No Skype, Yahoo, Hotmail... não havia vestígios de Marisol. Em Nuevo Laredo, território totalmente nas mãos dos cartéis do narcotráfico, das armas e das vidas humanas, nestes casos não nos iludimos mais. Esperava-se a confirmação da pior das notícias.



Três dias depois, foi encontrado o corpo, arruinado de Marisol. Foi encontrado decapitado como aviso mafioso para quem fala demais; seminu como ultraje machista; junto ao monumento de entrada da cidade, como aviso para quem chega para que saiba logo quem manda em Nuevo Laredo, Tamaulipas, México.

Aí também se encontravam um teclado, um DVD, um cartaz com uma inscrição que, com desumano sarcasmo, dizia que fora assassinada por causa de suas publicações num site de redes sociais.

Um emaranhado de notícias contraditórias e duvidosas seguiu-se nas primeiras horas da manhã. Muitos, passando por aquela estrada movimentada, tinham visto o que parecia ser uma alucinação, um fato indescritível e impossível que pudesse acontecer entre seres humanos, mas não podiam nem queriam denunciá-lo. Só depois de muitas horas, um funcionário do governo de Tamaulipas procedeu ao reconhecimento oficial do que todos já sabiam.

A notícia chocante se espalhara por toda a cidade e pelo Estado. Logo, difundiu-se para além das fronteiras nacionais para ecoar em todo o mundo. Imediatamente organizações internacionais, ONGs, imprensa, rádio e TV mobilizaram-se em erguer suas vozes contra esta barbárie.

A Congregação dos Missionários Scalabrinianos e o Movimento Leigo Scalabriniano, ao interno do qual Marisol era muito conhecida, apreciada e estimada, estão prostrados e tristes.

O grande eco que houve pela trágica notícia, o número surpreendente de mensagens de todo o mundo scalabriniano e das mais importantes agências de mídia do mundo todo, demonstram uma reação profética e de esperança: que a morte de uma de suas filhas e irmãs não foi em vão e que certamente deixou plantada a semente da Justiça e da Verdade.

Tudo isto nos leva a fazer crescer esta semente jogada com dor, a fazê-la amadurecer em nossas vidas e nas vocações dos missionários scalabrinianos.

Coordenador da Comunidade de Miritituba / Itaituba - PA, Brasil é assassinado

Sábado, dia 22 por volta das 14 horas, foi assassinado com um tiro na cabeça João Chupel Primo, com 55 anos. Ele trabalhava numa oficina mecânica onde o crime ocorreu, ao lado de seu escritório.
João denunciava a grilagem de terras e extração ilegal de madeira, feitas por um consorcio criminoso. Ele tem vários Boletins de ocorrências de ameaças de morte na Policia local. E fez várias denuncias ao ICMBIO e a Policia Federal, que iniciaram uma operação na região.
A madeira é retirada da Flona Trairão, e da Reserva do Riozinho do Anfrizio. Onde as portas de entrada para essa região, que faz parte do mosaico da Terra do Meio, se dá pela BR 163 Vicinal do Brabo cortada até o Areia; entrando pelo Areia (Trairão) cortada até Uruará. Pela BR 230: vicinal do Km 80. Vicinal do km 95. Vicinal do 115. A operação do ICMBIO, que recebeu apoio da Policia Federal, Guarda Nacional e Exercito não teve muito êxito, pois toda noite ainda saem 15 a 20 caminhões de madeira. 
            Dizem que não foi dado continuidade na operação por medida de segurança. Um soldado do Exército trocou tiro com pessoas que cuidavam da picada quilômetros adentro da mata e ficou perdido 5 dias no mato. O Exercito retirou o apoio. A Policia Militar também não quis dar apoio.
            A responsabilidade de mais uma vida ceifada na Amazonia, recai sobre o atual governo, o IBAMA/ICMBIO, Policia Federal, que não deram continuidade a operação iniciada para coibir essa prática de morte, tanto da vida da Floresta como de pessoas humanas.
            Desde 2005 até os dias atuais, já foram assassinadas mais de 20 pessoas nessa região.

Quantas vidas humanas e lideranças ainda tombarão???


Itaituba, 24 de Outubro de 2011.
CPT – BR163
Prelazia de Itaituba

miércoles, 12 de octubre de 2011

DIA DE AÇAO GLOBAL contra o racismo e pelos direitos dos migrantes, refugiados e pessoas desplazadas

A AISSMi – Associação Internacional Scalabriniana de Serviço aos Migrantes - se irmana a todas as instituições e povos para celebrar o DIA DE AÇAO GLOBAL contra o racismo e pelos direitos dos migrantes, refugiados e pessoas desplazadas. Que o dia 18 de dezembro de 2011 seja memorável pela qualidade da celebração!

BOA PREPARAÇAO!

                                               BOA CELEBRAÇAO!




martes, 4 de octubre de 2011

Otra periodista asesinada en México, era misionera laica

NUEVO LAREDO, lunes 26 septiembre 2011.- La Comunidad del Movimiento Laico Escalabriniano (MLS) está de luto por la terrible muerte violenta de María Elizabeth Macías Castro, de 39 años, conocida como Marisol. La periodista trabajaba en un periódico de Tamaulipas, México, y fue secuestrada y asesinada. La ejecución de la periodista católica se suma a otras tres recientes contra mujeres periodistas en país azteca, el más peligroso para el ejercicio de esta profesión según la ONU.

El cuerpo de la periodista María Elizabeth Macías Castro apareció decapitado y con una nota al lado que decía que había sido asesinada por sus publicaciones en un sitio de redes sociales, según informó la policía mexicana.

Macías Castro trabajaba como editora jefe del periódico Primera Hora. Las primeras investigaciones de la policía señalan que su cuerpo fue encontrado durante las primeras horas del sábado. El atroz homicidio puede ser el tercero contra habitantes de Nuevo Laredo por parte de un cartel de narcotráfico, en represalia por sus publicaciones en internet.

Las autoridades informaron, según el portal CNN, que estos grupos delictivos habrían lanzado amenazas en portales web mostrando macabras fotos de algunas de sus víctimas.

Un comunicado enviado a la agencia Fides por el religioso escalabriniano Francisco Pellizzari, consejero espiritual de la zona de América del Norte, informa que “el miércoles, 22 de septiembre Marisol Castro, laica escalabriniana del grupo de Nuevo Laredo, México, fue secuestrada por un grupo de traficantes de drogas de esta región fronteriza”.

El comunicado señala que las noticias oficiales sobre el suceso son muy escasas, y lo que se ha conocido hasta ahora es que, en su cuerpo, fue encontrada una inscripción: “Esto le pasa a los medios de comunicación que están contra nosotros”.

“Le pedimos una oración por nuestra amiga y miembro del comité central del Movimiento Laico Escalabriniano, que con mucho cariño y lealtad trabajaba en la Casa del Inmigrante en Nuevo Laredo y mantenía contacto diario con muchos de nosotros en el movimiento”, concluye el comunicado.

Marisol era “una mujer de gran fe y compromiso con la justicia”, afirma por su parte el padre Rui Pedro.

El atroz asesinato podría ser el tercero cometido por un grupo de la droga de entre los residentes de Nuevo Laredo, asesinados a causa de lo que habían publicado en Internet.

El asesinato de esta periodista católica se une a los recientes de otras tres mujeres periodistas, denunciados por la Federación de Asociaciones de la Prensa de España (FAPE) y reporteros sin Fronteras.

Ana María Marcela Yarce Viveros, fundadora y periodista de la revista semanal Contralínea, y Rocío González Trápaga, exreportera de Televisa y luego independiente que fue, durante su estancia en España, miembro de la Asociación de Periodistas de Almería fueron asesinadas recientemente.

Sus cuerpos fueron encontrados el 1 de septiembre, en un parque de Ciudad de México. Las dos periodistas fueron secuestradas al salir de su oficina y asesinadas por asfixia. Las circunstancias en que se encontraron los cadáveres recuerdan la marca de los cárteles de la droga. Ambas profesionales practicaban un periodismo de investigación que había destapado escándalos en el país azteca.

Otra reportera fue asesinada recientemente en el estado de Veracruz. La periodista policial del diario Notiver apareció asesinada el 26 de julio. Yolanda Ordaz de la Cruz era el segundo periodista de este periódico, uno de los diarios populares de Veracruz, asesinado en poco más de un mes.

Ochenta profesionales de los medios de comunicación han perdido la vida desde 2000 en México, el país más peligroso del mundo para esta profesión según datos de la ONU.

“La autocensura o el exilio son cada vez más las opciones de los profesionales de los medios de comunicación. ¿La prensa puede esperar sobrevivir en México? Las autoridades aún no han puesto en marcha los mecanismos de seguridad para periodistas firmados desde hace cerca de un año”, afirma el comunicado de los periodistas españoles.

NOTA: Elizabeth Macías pertenecía al Movimiento Laico Escalabriniano.

miércoles, 31 de agosto de 2011

RELATÓRIO TENDÊNCIAS GLOBAIS 2010 - Principais estatísticas

No final de 2010, havia 43,7 milhões de pessoas forçadas a se deslocar em todo o mundo, o maior número dos últimos 15 anos. Dessas, 15,4 milhões são refugiadas, sendo 10,55 milhões sob o mandato do ACNUR e 4,82 milhões de refugiados atendidos pela UNRWA – a agência da ONU que cuida de refugiados palestinos. O quadro geral também inclui 837.500 solicitantes de refúgio e 27,5 milhões de pessoas deslocadas internamente.

• Protegidos pelo ACNUR: 25,2 milhões
Entre os deslocados no mundo, mais de 25,2 milhões de pessoas (10,55 milhões de refugiados e 14,7 milhões de deslocados internos) recebiam proteção ou assistência do ACNUR no final de 2010.

• Apátridas: 12 milhões
Estima-se que a apatridia tenha afetado mais de 12 milhões de pessoas até o final de 2010. No entanto, a partir de dados passados pelos governos, o ACNUR contabiliza 3,5 milhões de apátridas em 65 países – o que mostra as dificuldades em quantificar o problema.

• Refugiados nos países em desenvolvimento:
80% Os países em desenvolvimento acolheram 80% de todos os refugiados do mundo. Os 49 países menos desenvolvidos concederam refúgio para quase dois milhões de refugiados.

• Refugiados em países vizinhos aos conflitos: 75% Até o fim de 2010, 75% dos refugiados do mundo estavam em países vizinhos aos seus países de origem.

• Repatriação: situação dúbia
Quase 198 mil refugiados foram repatriados voluntariamente durante 2010, o menor movimento dos últimos 20 anos. Comparativamente, mais de 2,9 milhões de deslocados internos conseguiram voltar para suas casas, o maior número em 15 anos.

• Refugiados em situação prolongada: 7,2 milhões Aproximadamente 7,2 milhões de pessoas estavam em situações prolongadas de refúgio (mais de cinco anos) no final de 2010, em 24 países – a maior taxa desde 2001.

• Três principais países de acolhida
Ao final de 2010, o Paquistão abrigava a maior população de refugiados no mundo (1,9 milhão), seguido do Irã (1,1 milhão) e da Síria (1 milhão – estimativas do governo).

• Refugiados em países com PIB inferior a US$ 3 mil: 42% Mais de 4,4 milhões de refugiados (42% do total) moravam em países cujo PIB per capta inferior a US$ 3 mil.

• Maior custo refugiado / PIB
A relação entre PIB per capita e população de refugiados é maior no Paquistão, com 710 refugiados por dólar/PIB per capita. Em seguida estão a República Democrática do Congo (475 refugiados por dólar/PIB per capita) e o Quênia (247 refugiados por dólar/PIB per capita).

• Dois principais países de origem
Refugiados afegãos e iraquianos são quase a metade de todos os refugiados sob responsabilidade do ACNUR. 30% dos refugiados no mundo vêem do Afeganistão, e estão localizados em 75 países diferentes. Os iraquianos foram o segundo maior grupo de refugiados, com 17 milhões de pessoas localizadas principalmente em países vizinhos.

• Deslocados por desastres naturais:
2 milhões Mais de 02 milhões de pessoas afetadas por desastres naturais se beneficiaram de intervenções feitas pelo ACNUR em 2010.

• Reassentamento: 22 países
Em 2010, o ACNUR submeteu aos países mais de 108 mil casos de reassentamento. Quase 73 mil refugiados puderam ser reassentados com a ajuda do ACNUR. De acordo com estatísticas dos governos, 22 países receberam 98.800 refugiados reassentados durante 2010 (com ou sem a ajuda do ACNUR). Os Estados Unidos receberam o maior número (71.400).

• Solicitações de refúgio: 845,800
Em 2010, mais de 845 mil pessoas apresentaram solicitações individuais de refúgio. ACNUR recebeu 11% dessas demandas. Com mais de 180 mil pedidos de refúgio – cerca de 20% dos requerimentos globais – a África do Sul foi o maior receptor de solicitações individuais, seguida pelos Estados Unidos (54.300) e pela França (48.100).

• Crianças desacompanhadas: 15.500
Em 69 países, mais de 15.500 solicitações de refúgio foram feitas por crianças desacompanhadas ou separadas de suas famílias. Os pedidos vieram especialmente de crianças afegãs e somalis.

• Áreas urbanas e rurais: 11,8 milhões
Dados disponíveis (referentes a 11,8 milhões de pessoas) revelam que, enquanto as pessoas deslocadas internamente (incluindo os que já retornaram) tendem a se reunir em áreas rurais, refugiados e solicitantes de refúgio ficam em torno das áreas urbanas. Refugiados que retornaram foram encontrados tanto em cidades como em áreas rurais.

• Mulheres e meninas: 49%
Mulheres e crianças representaram, em média, 49% da população de interesse do ACNUR em 2010. Elas constituíam 47% dos refugiados, e metade de todos os deslocados internos e retornados (que antes eram refugiados). 44% dos refugiados e 31% dos requerentes de refúgio eram crianças com menos de 18 anos de idade.

ACNUR

jueves, 23 de junio de 2011

Promoção e defesa dos Direitos Humanos no mundo

A Ir. Erta Lemos, representando a AISSMi, nos dias 15 e 16 de junho de 2011, participou, como observadora, de uma reunião chamada: “Colóquio sobre as funções das Cortes Regionais de Direitos Humanos na interpretação e aplicação das normas jurídicas de proteção às pessoas desplazadas pela força”, organizada conjuntamente pelo Conselho da Europa e o ACNUR. O encontro foi em Strasbourg, França, no edifício do Conselho da Europa. Na realidade foi um encontro dos sistemas vigentes de proteção dos Direitos Humanos para troca de experiências expondo suas práticas com características próprias de cada continente: Europeu, Americano e Africano. Membros das Comissões para os Direitos Humanos, Membros das Cortes Regionais (continentais) de Direitos Humanos, Representantes do ACNUR, Membros do Conselho da Europa e muitas outras pessoas representando ONGs que trabalham na defesa e promoção dos Direitos Humanos, bem como universitários. Os sistemas funcionam, cada qual no seu ritmo. Porém uma coisa ficou clara: ainda é muito difícil ter acesso à Corte. Esta foi a primeira vez que os três sistemas de proteção e defesa dos Direitos Humanos se reuniram. Foi tão bom que já marcaram outro encontro, do mesmo nível, na América Latina em 2012.






lunes, 20 de junio de 2011

“Tome conta dele/dela”



Mensagem do IMDH para o dia Mundial do Refugiado 2011 – 20 de junho


Ir. Rosita Milesi, mscs
William César de Andrade

“Aos refugiados que provêm de diversos países africanos e se vêem forçados a deixar seus entes mais queridos, que chegue a solidariedade de todos... Que os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir o coração ao acolhimento, para que se torne possível, de maneira solidária, acudir às necessidades de tantos irmãos.”
(Papa Bento          XVI, mensagem de Páscoa, 2011)


No Dia Mundial do Refugiado (20/06) fazemos memória do caminho percorrido, pois, já são 60 anos desde a Convenção de Genebra que pactuou entre os países signatários da ONU o marco jurídico internacional sobre essa temática e estabeleceu o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados como executor desse mandato. Constatamos que a atual globalização carrega inúmeras contradições e possibilidades para a vida do planeta e da própria humanidade. Mas, no que tange ao refúgio, é com tristeza que vemos crescer no cenário internacional situações de violação aos direitos humanos e a necessidade, a cada dia mais urgente, de proteção à vida.                              
O Papa Bento XVI falando para a cidade e para o mundo (urbi et orbe), mencionado no início dessa mensagem, se coloca de frente para a situação de milhares de homens e mulheres forçados a deixar a Líbia. Na situação de guerra civil e de bombardeio por parte de forças internacionais, restam poucas alternativas àquela população, fugir pelo mar (rumo à Ilha de Lampedusa) ou atravessar as fronteiras terrestres (Tunísia, Argélia, Níger, Chade, Egito).
No cenário internacional essa não é a única guerra ou circunstância que vem provocando deslocamentos forçados, diversos deles com certeza cobertos pelo estatuto do refúgio. É o que ocorre com iraquianos, paquistaneses, colombianos, marfinenses, sudaneses, congoleses ... A migração forçada é feita em meio a sofrimentos, incertezas e em alguns casos até mesmo com a morte antes que um lugar de refúgio seja encontrado.

                               Diante desta situação mundial o desafio é sem dúvida “abrir o coração ao acolhimento”, superar preconceitos e entraves, até mesmo legais, e fraternalmente “acudir às necessidades de tantos irmãos”. Mas o que significa concretamente fazer isso na realidade brasileira e a partir dos solicitantes de refúgio e àqueles que já usufruem dessa condição?

                               Manutenção de uma política internacional centrada nos direitos humanos e na autodeterminação dos povos: Essa tem sido, prioritariamente, a postura brasileira na ONU e em outros foros internacionais nos quais o país tem assento. É preciso reforçar junto ao Itamaraty a continuidade e a intensificação de apelos por uma solução que pacifique e devolva aos países envolvidos em conflitos o caminho da paz. Neste âmbito estão entre outras questões: a) o apoio a iniciativas que assegurem a proteção e o cuidado aos deslocados, considerando-se aqui os que se enquadram tanto na situação de refugiados, quanto na de migrantes econômicos; b) oferecer ajuda humanitária e/ou participar de soluções que venham a contribuir para melhores condições de vida dessa população seja no trânsito ou no país de destino; c) participar de articulações que visem um fim imediato do conflito armado e o estabelecimento de negociações que devolvam a esses países a ordem institucional; d) contribuir por meio de acordos bilaterais e/ou multilaterais no processo de reconstrução destes países, com especial atenção às questões de respeito e proteção dos direitos fundamentais.

                               Acolhimento a solicitante de ajuda humanitária e de refúgio que vêm pedir apoio e assistência no Brasil: mesmo que nosso país até o momento não tenha  um fluxo significativo destes migrantes forçados, é preciso estarmos atentos (sociedade civil, organismos internacionais e Estado) e em condições de dar respostas às solicitações que aqui chegarem. É preciso salientar que inúmeros refugiados, nas regiões mais afetadas por conflitos, estão em situação precária e necessitam urgentemente de soluções mais duradouras. Uma destas situações a ser amadurecida por todos nós é sem dúvida o caminho do reassentamento daqueles que o necessitem. Enquanto País, o Brasil já abrigam refugiados reassentados que vieram da Colômbia, do Irã e palestinos, e essa atitude, ainda que tenha limitações,  tem contribuído significativamente para a proteção, inclusão e acesso a direitos dessa população. A generosidade e a hospitalidade são traços típicos da cultura brasileira e quando colocadas a serviço da causa do refúgio ampliam nossos horizontes e servem de incentivo a que outros países também o façam.

                               Conhecer, acolher, conviver e compartilhar: no Brasil existem, hoje, 4.401 refugiados, mas vem crescendo ao longo do tempo o número de solicitantes a essa condição.  Eles e elas são procedentes de 76 países, alguns inclusive da própria América Latina. Chegam com medo e muito pouca bagagem, trazendo suas histórias de perseguição, guerra, perdas de familiares, rupturas... e também esperanças e sonhos. A Rede Solidária para Migrantes e Refugiados conhece de perto essa realidade e luta para melhorar e ampliar as formas de atendimento e apoio aos refugiados e migrantes. Essa presença não se resume a contribuir na implementação das políticas vigentes, ela vai além, pois toca na dimensão do conviver e compartilhar. Acolher, sem preconceitos ou questionamentos sobre as razões do refúgio, é o primeiro passo num longo caminho de diálogo e descoberta mútua.

                               Como a figura emblemática do samaritano (cf. Lc 10,25-37), que acolheu a uma pessoa vítima de violência e cuja vida estava ‘por um fio’, Jesus demonstrou que o amor ao próximo é um exercício de liberdade e profundo respeito ao ser humano. É decisão pessoal (escolha por romper a indiferença), é presença eficaz (retira da estrada, abriga e cuida dos ferimentos) e proteção (assegura a continuidade dos cuidados). Enfim, para as pessoas e as organizações que atuam junto aos refugiados, incluindo aqui os agentes do próprio Estado, fica o desafio, o apelo veemente do samaritano, na mensagem bíblica: “Tome conta dele/dela”.
                              

__________Rede Solidária para Migrantes e Refugiados __________
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